quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Em alguns tempos me sinto tão cansada e digo pra mim mesma que chegou a hora de descer do ônibus mesmo sem ter chegado no ponto.
A sensação é de que este não é o meu tempo, o meu lugar, a minha vida.
Estão me escondo, desligo tudo.
Me nego a sair de casa e me deito na cama em plena duas da tarde de uma terça-feira.
Me cubro até a cabeça e lá fora são dias de verão.
Absolutamente nada tem um sentido absoluto e quando se nasce sensível as coisas do mundo, inevitavelmente se é mais sensível a dor e não há remédio.
Tantos se matam outros tantos enlouquecem e invejam os cegos perante a vida.
Em noites deitados no chão do banheiro, nos arrastamos buscando respostas para tantas incertezas, mas tudo que nos resta é a nossa incompreensão.
Uma sacola de plástico asfixia nossas almas, mas buscamos mais um sopro a inundar os pulmões.
Ainda estamos vivos, entre gargantas fechadas e olhos inchados.
Arduamente sobrevivemos e tentamos não descrer de tudo ou do nada.
Ainda haverão dias lá fora, o sol nascerá.
Então fechamos nossas tristezas em uma gaveta amarela e saímos a falar sobre o belo do mundo.
As coisas já são duras o suficiente, tentemos anestesiá-las, não endurecê-las ainda mais.

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