terça-feira, 11 de março de 2014

morar junto

Morar junto é uma arte complicada. É algo absolutamente novo. Sem precedentes.

Não é repetir a vida de solteira. A rotina da vida de solteira.

Não tem como fechar a porta e esquecer do dia na frente da televisão.

Não tem como fechar a cara e não falar nada. Não explicar o que está acontecendo.

Tem alguém agora que se importa com seu silêncio, com sua alegria, com sua mudança de humor.

Tudo deve ser sinalizado, conversado, amado.

Tudo deve ser discutido, desejado, aprovado.

Tem alguém agora encarando, esperando fazer coisas ao seu lado, na expectativa de sua felicidade.

Não dá para fingir que ele não existe.

Casar é como cursar o jardim da infância e o ensino superior ao mesmo tempo.

É como aprender a falar e escrever uma dissertação ao mesmo tempo.

Você vai se sentir burra e inteligente ao mesmo tempo.

É o mais banal e o mais complexo simultaneamente.

Você vai ter as melhores ideias de sua vida e as piores também.

Você vai descobrir que não sabe usar o abridor de lata mas poderá ensinar sua companhia a arrumar o chuveiro.

Você vai descobrir como pregar botões e realizar cálculos de economista para manter a casa.

É o mais alto e o mais baixo conhecimento sempre.

É se ver vocacionada ao casamento e totalmente despreparada também.

Morar junto é nascer cuidando de outro parto.

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